Depois de passar os direitos totais de "City of Heroes" para NCSoft e ver o projeto de um RPG online sem limite para jogadores baseado em heróis Marvel ser cancelado, a Cryptic Studios resolveu tocar um novo game de forma independente. Assim nasceu "Champions Online", jogo que alia idéias novas a algumas básicas dos trabalhos anteriores da produtora sobre um novo motor gráfico proprietário, o GameTech, e inspirações vindas do RPG de mesa "Champions".
"Champions Online" será lançado oficialmente nos EUA no dia 1 de setembro e tem o período de testes abertos para público programado para funcionar entre os dias 17 a 30 de agosto. O
UOL Jogos foi convidado pela Cryptic para experimentar o jogo em sessões fechadas durante o mês de julho, em uma versão bem próxima da final. O servidor era disponibilizado apenas durante algumas horas, mas foi possível ter uma boa noção do que vem por aí.
O que chama atenção logo de cara é infinidade de opções de personalização de personagens. Se você já jogou "City of Heroes" e acha que aquele tem muita coisa para escolher, ainda não viu nada. Há muito mais opções, com um sistema completo de customização facial, por exemplo. Em "Champions Online", criar seu personagem não é tarefa fácil e é um processo que pode tomar várias horas.
Primeiro você deve escolher seus poderes e habilidades. Há todo tipo de coisa. Rajadas de fogo, gelo, poderes psíquicos, uso de armas de fogo, garras, espadas, uso de magia negra e por aí vai. Há ainda a possibilidade de mudar cores para que tudo combine com sua roupa e a origem de seu poder, como por exemplo, criar um ser todo em laranja, cheio de labaredas, para justificar seus poderes flamejantes bem ao estilo Tocha Humana. Mas há opções para criar de tudo e conseguimos criar versões genéricas de figuras como Wolverine a Black Kamen Rider, passando por Coisa, Naruto, Batman e He-Man.
O segundo ponto que chama mais atenção no game está em sua mecânica, voltada para a ação. É aí que o jogo se diferencia de "City of Heroes" ou mesmo de outros RPGs online famosos como "World of Warcraft" e parte para uma linha mais simplificada, em uma tendência que "DC Universe Online" também está seguindo. Isto quer dizer que a interface é bem minimalista e o jogo incentiva o uso de um controle - a Cryptic inclusive recomenda o do Xbox 360 no site oficial, embora tenhamos encontrado problemas com alguns comandos durante os testes - com os botões de ataque mapeados nos botões frontais e os de defesa nos superiores.
"Champions Online" pode então funcionar como um jogo de ação tradicional caso o mouse e o teclado pareçam lentos demais para o jogador. Você trava a mira em um inimigo com um botão superior enquanto aciona a defesa com o outro e ataca com os botões X, Y, B ou A. A esquiva também é ativa, ou seja, é preciso se movimentar para evitar danos e, caso alguma habilidade tenha uma barra para carregar, não é preciso esperar até o final para liberá-la, é possível atirar a qualquer momento - você só perde em potência do tiro. Claro que tudo depende dos poderes e habilidades do seu herói, e também de alguns equipamentos que ele arrecada no decorrer da aventura, que segue o tradicional esquema de missões de RPGs online.
A versão de testes disponibilizou apenas três áreas iniciais. A primeira funciona como tutorial e apresenta Millenium City sob invasão dos Qulaar, uma raça de insetos alienígenas. Ali o jogador cumpre as primeiras tarefas e, ao derrotar o grande chefão, ganha as chaves da cidade pelas mãos do prefeito. A conclusão desta etapa funciona mais ou menos como a de um arco de histórias nos quadrinhos e logo aparecem ganchos para dois outros novos. Surgem dois campeões, Witchcraft e Ravenspeaker, que levam a missões para as áreas seguintes, o deserto e a área selvagem do Canadá, esta escolhida pelo UOL, repleta de demônios e zumbis sedentos por sangue. Uma boa deixa para o jogador utilizar seu poder de viajar, que pode ser, por exemplo, a super-velocidade, vôo ou salto, em um outro fator muito especial do game.
Mesmo para uma versão de testes, "Champions Online" impressionou pela estabilidade. Claro, encontramos vários bugs característicos de versões ainda inacabadas, mas já testamos vários outros RPGs online neste estágio e este parece em boa forma.
Os gráficos seguem um estilo retrô, com técnicas de cel shading para que o 3D imite desenhos animados, mas há muitos efeitos especiais modernos de raios, reflexões e de partículas, especialmente destroços e explosões, deixando-o efetivamente com cara de lançamento de ponta. A performance também já foi bastante satisfatória, com inúmeras opções de regulagem para adaptar os gráficos e sons ao hardware, deixando o jogo bastante leve e funcional. Ao que parece, a Cryptic está no caminho certo.
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